Reportagem da Revista Nova Escola, Agosto/2011
Experiências reais esclarecem dúvidas sobre o trabalho.
Educadoras compartilham a experiência de ensinar alunos com necessidades educacionais especiais e mostram como enfrentam esse desafio. As soluções sempre envolvem o trabalho em equipe
Bianca Bibiano (bianca.bibiano@abril.com.br). Colaborou Elisângela Fernandes
"Não
me sinto sozinha nesse trabalho de inclusão. Conto com uma auxiliar
em sala para dar conta de toda a turma e tenho a parceria da
responsável pelo AEE. Juntas, pensamos nas melhores soluções para que
Isabelly avance." Roberta Martins Braz Villaça, professora da EMEB
Helena Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, SP.
Ensinar crianças e jovens com necessidades educacionais especiais
(NEE) ainda é um desafio. Nos últimos dez anos, período em que a
inclusão se tornou realidade, o que se viu foi a escola atendendo esse
novo aluno ao mesmo tempo que aprendia a fazer isso. Hoje ainda são
comuns casos de professores que recebem um ou mais alunos com
deficiência ou transtorno global do desenvolvimento (TGD) e se sentem
sozinhos e sem apoio, recursos ou formação para executar um bom
trabalho. Dezenas de perguntas recebidas por NOVA ESCOLA tratam disso.
Mas a tendência, felizmente, é de mudança - embora lenta e ainda
desigual. A boa-nova é que em muitos lugares a inclusão já é um
trabalho de equipe. E isso faz toda a diferença.
A experiência de Roberta Martins Braz Villaça, da EMEB Helena
Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana
de São Paulo, comprova isso. Entre seus 24 alunos da pré-escola está
Isabelly Victoria Borges dos Santos, 5 anos, que tem paralisia
cerebral. Apesar do comprometimento motor, a menina tem a capacidade
cognitiva preservada. Na escola desde o ano passado, ela participa de
todas as atividades. "Os conteúdos trabalhados em sala são os mesmos
para ela. O que eu mudo são as estratégias e os recursos", explica a
professora.
Isabelly se
comunica por meio da expressão facial. Com um sorriso ela escolhe as
cores durante uma atividade de pintura. No parque, com a ajuda das
placas de comunicação, decide se quer brincar de blocos de montar ou no
escorregador. Nas atividades de escrita, indica quais letras móveis
quer usar para formar as palavras e já reconhece o próprio nome. "Ela
tem avançado muito e conseguido acompanhar a rotina escolar", comemora a
professora.
Roberta não
está sozinha nesse trabalho. Ela conta com o apoio diário de uma
auxiliar, que a ajuda na execução das atividades, na alimentação e na
higiene pessoal de Isabelly. Outra parceira é a professora do
atendimento educacional especializado (AEE). Num encontro semanal de
uma hora, elas avaliam as necessidades da menina, pensam nas
estratégias a utilizar e fazem a adaptação dos materiais.
Inaugurada em 2001, a escola em que Roberta leciona já foi construída levando em conta a inclusão: o projeto previa um elevador e um espaço para uma futura sala de recursos. Mas daí a funcionar com qualidade, com materiais diversos e uma equipe afinada, foi um longo caminho. "Somente em 2005 passamos a contar com estagiários e auxiliares em sala", lembra a diretora, Maria do Carmo Tessaroto.
Inaugurada em 2001, a escola em que Roberta leciona já foi construída levando em conta a inclusão: o projeto previa um elevador e um espaço para uma futura sala de recursos. Mas daí a funcionar com qualidade, com materiais diversos e uma equipe afinada, foi um longo caminho. "Somente em 2005 passamos a contar com estagiários e auxiliares em sala", lembra a diretora, Maria do Carmo Tessaroto.
Gestores preocupados com a questão e que buscam recursos e pessoal de
apoio fazem da inclusão um projeto da escola. Dessa forma, melhoram as
condições de trabalho dos professores, que passam a atuar em conjunto
com um profissional responsável pelo AEE, a contar com diferentes
recursos tecnológicos e a ter ciência de que o aluno com deficiência ou
TGD não é responsabilidade exclusivamente sua. Com a parceria da
família, as possibilidades de sucesso são ainda maiores, como você verá
nas páginas a seguir. Com base nas experiências de professoras que
atendem alunos com NEE, respondemos às seis perguntas mais recorrentes
enviadas à redação. Essas educadoras certamente indicarão caminhos para
você que, como elas, trabalha para fazer a inclusão de verdade.
Que medidas posso tomar quando recebo um aluno com deficiência em uma turma numerosa?
"Conseguir
junto à Secretaria de Educação a diminuição do número de alunos na sala
e um educador auxiliar é um apoio fundamental. Esses recursos permitem
atender não só os alunos que têm NEE mas também toda a turma de maneira
mais efetiva." Sueli Alves, professora da EMEB Helena Zanfelici da
Silva, em São Bernardo do Campo, SP.
Ainda não existe uma lei nacional que obrigue a redução de alunos em
classes que tenham crianças com NEE. Em algumas Secretarias de Educação,
entretanto, isso já ocorre, como na de Cuiabá e na de São Bernardo do
Campo, na Grande São Paulo - nesta, a lista de chamada pode ter cinco
nomes a menos. Por isso, a primeira coisa a fazer é verificar se a
Secretaria de Educação a que você está vinculado é uma delas.
A professora Sueli Alves, de São Bernardo do Campo, foi beneficiada
pela medida. Na EMEB Helena Zanfelici da Silva, onde ela leciona, as
salas têm em média 30 estudantes e a dela, um 2º ano, tem 23 - três
deles com NEE. Por causa de Ageu Soares de Oliveira, 9 anos, autista,
ela também tem o auxílio de uma estagiária de inclusão, Leda Aparecida
da Silva Costa, solicitada à rede. "Ele precisa de alguém que incentive
sua comunicação e o ajude no trabalho com os colegas. Essa educadora
contribui para tornar efetiva a participação dele em todas as
atividades", explica Sueli. "Com a parceria, aos poucos, conseguimos que
ele se interessasse mais pelos conteúdos e passasse a interagir com os
outros estudantes." Após o rearranjo, a professora conseguiu
potencializar o trabalho, do planejamento à realização das tarefas em
classe. "Agora tenho mais tempo para organizar a turma e observar as
dificuldades de cada um mais de perto."
Ter o tamanho da turma reduzido e contar com um auxiliar é um benefício
essencial para que a Educação inclusiva funcione. Infelizmente, muitas
vezes é difícil e demorado obter isso junto às redes. "Nos locais em que
essa não é realidade, o professor costuma se sentir sozinho em sala de
aula", afirma Sonia Casarin, docente da pós-graduação em Educação
Inclusiva do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, em São Paulo. Em
casos como esses, que ainda são maioria, a especialista sugere dividir a
sala em grupos produtivos, aproveitando a competência de cada um. "Ao
colocar para trabalhar juntos alunos com saberes diferentes, é possível
beneficiar todos, e não somente os que têm NEE", afirma Sonia.
Como conseguir recursos quando a escola não tem sequer a infraestrutura adequada?
"Buscar
soluções conjuntas, com os demais professores e gestores, é o melhor
caminho. Assim, a escola pode obter os materiais necessários e cursos de
formação junto à Secretaria de Educação, ao MEC ou a outras entidades
da área que existam na cidade." Ozana Vera Giorgini de Carvalho,
professora da sala de recursos da EM Vasco Pinto da Fonseca, em
Contagem, MG.
Conversar com a
equipe gestora para verificar o que pode ser resolvido pela escola e o
que precisa ser solicitado à rede são os primeiros passos. Ozana Vera
Giorgini de Carvalho, professora da sala de recursos, lembra o caminho
percorrido pela EM Vasco Pinto da Fonseca, em Contagem, na região
metropolitana de Belo Horizonte, desde 2006, quando começou a inclusão. A
escola recebeu alunos surdos e nenhum docente sabia a Língua Brasileira
de Sinais (libras). Foram meses até que a Secretaria enviasse um
professor bilíngue e um intérprete para que o trabalho ocorresse de
forma adequada. "Em 2009, 97% da comunidade escolar tinha conhecimentos
básicos para se comunicar com os surdos", conta Ozana.
Para melhorar sua atuação, a escola buscou alternativas. Inscreveu-se no prêmio Minha Escola Cresce, do Instituto Arcor do Brasil, e foi uma das ganhadoras em 2008 e 2010. Assim, conseguiu comprar notebooks, computadores e jogos. Junto à Secretaria Municipal, obteve uma mesa eletrônica que auxilia na alfabetização de alunos surdos, além de cegos e com baixa visão, que passou também a atender. Para conseguir uma sala de recursos, Ozana inscreveu a escola no prêmio Experiências Educacionais Inclusivas, do Ministério da Educação (MEC). "Não ganhamos, mas nosso trabalho foi reconhecido e, por isso, nos deram a sala este ano." Ali, ela atende alunos como Caio Marcio Fernandes, 12 anos, surdo. O garoto, que está no 3º ano, realiza com a orientação dela atividades para desenvolver o condicionamento das mãos, fundamental na aprendizagem de libras.
Para melhorar sua atuação, a escola buscou alternativas. Inscreveu-se no prêmio Minha Escola Cresce, do Instituto Arcor do Brasil, e foi uma das ganhadoras em 2008 e 2010. Assim, conseguiu comprar notebooks, computadores e jogos. Junto à Secretaria Municipal, obteve uma mesa eletrônica que auxilia na alfabetização de alunos surdos, além de cegos e com baixa visão, que passou também a atender. Para conseguir uma sala de recursos, Ozana inscreveu a escola no prêmio Experiências Educacionais Inclusivas, do Ministério da Educação (MEC). "Não ganhamos, mas nosso trabalho foi reconhecido e, por isso, nos deram a sala este ano." Ali, ela atende alunos como Caio Marcio Fernandes, 12 anos, surdo. O garoto, que está no 3º ano, realiza com a orientação dela atividades para desenvolver o condicionamento das mãos, fundamental na aprendizagem de libras.
As unidades que ainda estão montando sua infraestrutura têm uma
alternativa: o Programa de Implantação de Salas de Recursos
Multifuncionais do MEC. A solicitação deve ser feita pela Secretaria de
Educação via Sistema de Gestão Tecnológica (Sigetec) do Ministério.
Kátia Regina Caiado, docente da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), sugere ainda outro caminho se a necessidade for de materiais
de apoio e formação continuada para os professores: "As escolas devem
procurar, em sua comunidade, entidades como a Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (Apae), que têm unidades em todos os estados,
com exceção de Roraima".
Como deve ser a articulação entre o professor da sala e o responsável pelo AEE?
"A
troca de informações deve ser diária. Sempre que surgia uma dúvida ou
necessidade em sala, levava para a responsável pelo AEE e, juntas,
pensávamos em soluções. Dessa forma, o progresso das crianças se
intensifica e a avaliação se aprimora." Michelly da Conceição Pinheiro,
diretora do Espaço de Desenvolvimento Infantil Professora Simone Sousa
Pimentel, no Rio de Janeiro.
Reuniões diárias são o meio ideal de comunicação entre os dois. A
estratégia se mostrou eficiente na atuação de Michelly da Conceição
Pinheiro e Renata Torres de Souza. Até o mês de junho, elas trabalharam
em conjunto para garantir a inclusão dos alunos com NEE na EM Tia Ciata,
no Rio de Janeiro - Michelly acaba de assumir a direção de outra
unidade.
O objetivo da dupla era
buscar soluções específicas para cada um: Michelly, professora da turma
do 5º ano, informava o conteúdo que ia trabalhar e as dificuldades da
criança para Renata, a responsável pelo AEE. Ela, por sua vez, pensava
em materiais alternativos a serem usados em aula.
Luana Silva de Sousa, 12 anos, parcialmente surda, melhorou a
capacidade de comunicação após Renata demonstrar a Michelly que falar de
frente para a menina facilitava a leitura labial. Juntas elas também
adaptaram as atividades para Erick Edson Lopes de Souza Reynol, 12 anos,
que possui baixa visão e TGD. As provas são igualmente elaboradas em
parceria. Com a presença de Renata, os alunos têm outros recursos para
fazer a atividade no próprio ritmo.
Michelly conta que a avaliação dos estudantes melhorou com o apoio da
colega. "Aprendi a perceber avanços que antes não eram tão claros, como a
maneira de Erick pegar no lápis ou os traços mais precisos em seus
desenhos." A dificuldade apontada por ela é recorrente. Isso porque a
avaliação de estudantes com NEE é flexibilizada, planejada com base nas
expectativas de aprendizagem de cada um. "É preciso traçar objetivos de
acordo com o que cada um sabe e desenvolver meios que o ajudem a
acompanhar o grupo", explica Roberta Galasso, docente da pós-graduação
em Inclusão da Universidade de São Paulo (USP).
Para que essa articulação ocorra, é preciso tempo para planejar
conjuntamente. Porém é bastante comum a situação em que o professor da
turma e o da sala de recursos trabalham em períodos opostos - justamente
para atender os alunos no contraturno. Quem não tem a oportunidade de
um contato pessoal diário, como Michelly e Renata tinham, deve trocar
e-mails ou telefonemas. Até mesmo um caderno, levado pela própria
criança, pode ser um meio de comunicação entre os dois profissionais.
Qual a melhor maneira de lidar em sala de aula com situações-limite?
"Conhecer
bem a criança é o primeiro passo. Outra ação igualmente importante é
envolver os demais professores e funcionários da escola, além dos
colegas de classe, em ações que a ajudem a se organizar. Com a atenção
de todos, é mais fácil incluí-la na rotina." Andréa Ruffo, professora da
CEMEI Deputado João Herrmann Neto, em Campinas, SP.
Para enfrentar momentos que fogem da rotina, o caminho é compreender
que as crianças têm características específicas e procurar conhecer bem
cada uma delas. Foi assim que a professora Andréa Ruffo, do CEMEI
Deputado João Herrmann Neto, em Campinas, a 96 quilômetros de São Paulo,
iniciou o trabalho com o objetivo de garantir que Mariane Moreira de
Lima, 4 anos, que tem deficiência intelectual, permaneça em sala com os
colegas. Andrea percebeu que valorizar regras e combinados é um ótimo
meio de evitar as saídas repentinas dela. "Diariamente, defino com todos
a programação do dia e os momentos de ir ao parque ou ao refeitório,
por exemplo", comenta. Segundo ela, ainda que Mariane tenha o próprio
ritmo, houve muitos avanços com essas conversas, pois aos poucos a
menina tem tomado consciência de que precisa estar com o grupo.
A estratégia de Andréa inclui ainda envolver a equipe da escola para
que as regras continuem valendo mesmo se ela não está por perto. Quando
Mariane chegou ao CEMEI, em 2010, a equipe escolar não a tratava como os
demais. "Todos gostam muito dela e achavam graça em suas estripulias."
Hoje, se algum professor ou funcionário a vê passando pelo corredor,
logo pede que volte à sala. As crianças também são parceiras de Andréa
no desafio de ajudar a garota a integrar-se durante as atividades.
Quando ela derruba os blocos de montar que estão sendo usados pelos
colegas, todos já entendem melhor a situação e a orientam para remontar
as peças com eles.
Além de
escapadas - como as de Mariane -, Maria da Paz Castro, docente do Centro
de Formação da Escola da Vila, em São Paulo, afirma que são comuns no
dia a dia de quem tem alunos com NEE situações em que eles começam a
gritar. "A atitude mais acertada, nesse caso, é esperar que a criança se
organize novamente e retome o que estava fazendo. Quanto mais gente
houver em volta dela, mais aflita ela ficará." Nesses momentos, é
importante dar a ela uma atenção individual. Outro educador deve
acompanhar a turma na realização da atividade até que o professor
retorne com a criança para a sala.
Como a tecnologia pode melhorar a aprendizagem de alunos com deficiência?
"A
tecnologia pode ser uma grande parceira no processo de inclusão. Se
planejada conjuntamente entre o professor e o responsável pelo AEE, de
acordo com as necessidades de cada aluno, ela amplia a possibilidade de
ele realizar as atividades propostas em sala." Daniela Rodriguez
Mariano, professora de AEE da EBM Intendente Aricomedes da Silva, em
Florianópolis.
Existem
inúmeros materiais que podem auxiliar o aluno com NEE. Desde um lápis
adaptado até um software, tudo é tecnologia. O desafio é descobrir o que
existe ou pode ser criado para beneficiar cada criança. Na EBM
Intendente Aricomedes da Silva, em Florianópolis, os softwares que
ajudam na comunicação alternativa têm sido uma importante ferramenta
para Daniela Rodriguez Mariano, responsável pelo AEE. A comunicação por
imagens é o meio utilizado pelos professores para trabalhar os conteúdos
com Vinícius Souto de Souza, 14 anos, aluno do 8º ano que tem paralisia
dos membros inferiores (mielomeningocele) e é surdo.
Em parceria com os professores e uma auxiliar, Daniela utiliza um
software que facilita a seleção e a padronização de imagens de acordo
com os conhecimentos do garoto e o assunto a ser trabalhado. As figuras
são colocadas em um vocalizador - aparelho que emite voz gravada ou
sintetizada -, que permite que os demais estudantes e o professor ouçam
as respostas dele. "São grandes os avanços em relação à rotina e ele já
consegue trabalhar em grupo."
Nem sempre o acesso a tecnologias como a usada por Daniela está
garantido na escola, mas há alternativas, como as pranchas de
comunicação feitas com desenhos ou fotos. Quem leciona na sala regular
pode indicar seus objetivos para o responsável pelo AEE. Com base nisso,
ela seleciona imagens adequadas ao que será trabalhado. Esse
profissional é sempre o mais indicado para pensar em novos recursos, que
podem ser testados no contraturno e, depois de comprovada sua eficácia,
demonstrados para o professor da sala. "A busca por essas tecnologias é
um trabalho individualizado, que se baseia no cotidiano do aluno e no
que ele demanda ao longo do tempo em que está na escola", explica Rita
Bersch, fisioterapeuta e coordenadora do curso de especialização em AEE
da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Como explicar às famílias que é preciso adequar o currículo às necessidades dos filhos?
"Abrir
as portas da escola para o diálogo é o primeiro passo para diminuir a
resistência inicial dos pais. Em encontros periódicos com eles e a
professora da sala de recursos, explico como são definidos os conteúdos a
serem trabalhados e de que forma isso vai ser feito." Priscila Freitas
Lopes, professora do 4º ano da EE Edson Mambelli, em Taboão da Serra,
SP.
Encontros periódicos,
nos quais o professor explica em que se baseiam as adaptações nos
conteúdos e nos materiais, feitas para atender às necessidades da
criança, são indicados. A professora do 4º ano Priscila Freitas Lopes
adotou esse procedimento na EE Edson Mambelli, em Taboão da Serra, na
região metropolitana de São Paulo. As famílias dos estudantes com NEE
acreditavam que, por não seguirem o mesmo currículo dos demais, os
filhos seriam prejudicados.
Priscila passou a organizar com esses pais encontros paralelos às
reuniões bimestrais. Marisa Pinto Freitas de Miranda Borba, professora
da sala de recursos, também é convidada. Para Solange Oliveira Rodrigues
Faria, mãe de Thomas Rodrigues Faria, 12 anos, que tem deficiência
visual, Priscila esclareceu, por exemplo, que em Geografia, ele aprende o
mesmo que os colegas, mas, com a ajuda de um mapa em relevo,
desenvolvido em parceria com o AEE. Priscila reconhece que nem sempre é
possível organizar reuniões assim que surge um problema. "Quando
necessário, aposto em encontros individuais para que os responsáveis
notem os avanços do filho e colaborem com o desenvolvimento dele."
É importante explicar à família que a adaptação do currículo não é
definida pela deficiência, mas pelo repertório e pelos conhecimentos do
estudante. "Essa questão deve ser abordada para não gerar frustração
para o aluno e os pais", explica Liliana Kaufmann, docente da
Universidade de Buenos Aires.
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